O livro com o roteiro da minissérie, produzida pela Rede Globo em 1992, vai além de diálogos detalhados, descrição de personagens e composição de cenários e locações. Antes de narrar o romance entre a individualista Maria Lúcia e o idealista João Alfredo durante os anos da ditadura brasileira, Gilberto Braga presenteia os leitores com a sua própria história, desde a juventude alienada nos anos rebeldes até tornar-se um dos maiores escritores de televisão do Brasil, como relembra o jornalista Arthur Xexéo na introdução.Antes de chegar a pensar em escrever Anos rebeldes, Gilberto Braga havia retratado os anos 1950 na minissérie Anos dourados e mostrado os anos de abertura na novela Vale tudo. Nada engajado, nunca havia sequer imaginado escrever sobre os anos de ditadura. Leituras sobre a época - O que é isso, companheiro?, de Fernando Gabeira, Os carbonários, de Alfredo Sirkis, e 1968: o ano que não acabou, de Zuenir Ventura - e muita gente perguntando por que ele não escrevia uma história sobre aquele período foram aumentando a vontade de produzir algo que se passasse nos chamados anos de chumbo. Definido o pano de fundo, faltava definir qual seria a trama central. A inspiração veio de um filme: Nosso amor de ontem, de Sidney Pollack. Dali retirou inspiração para compor o casal de protagonistas.