Lembra daquele mito de que utilizamos somente 10% do nossocérebro e que se o utilizássemos em sua totalidade seríamos seres muito maisextraordinários? O que Beau Lotto nos apresenta em Golpe de Vista não é exatamente isso, mas tão instigante quanto e,segundo ele, comprovado cientificamente. O neurocientista nos explica, logo naintrodução, que somente 10% das informações que o nosso cérebro utiliza paraenxergar vêm dos olhos, os outros 90% vem de outras partes. O que isso querdizer? Que mais percebemos o mundo do que o enxergamos como ele realmente é,simplesmente porque nosso cérebro ainda não evoluiu o suficiente para isso.
O que vemos no nosso dia a dia é um misto de sentimentos,história, sensações, experiências de vida e sociais e tantas outras construçõesdo decorrer da nossa vida. E o que isso quer dizer? Segundo Lotto, que podemosviver menos no modo automatizado, aceitando o que nos é posto, e passar aquestionar mais o que vemos a nossa volta. A partir do momento que você entendeque nada é real em sua totalidade, também entende que o que pareceabsolutamente rígido na vida em sociedade é totalmente mutável. E isso pode sertão libertador!
O neurocientista argumenta que nosso cérebro possui uma?tendência neurológica à ilusão. É como se estivéssemos todo o tempo dentro daCaverna de Platão, enxergando apenas sombras do mundo real e jurando que aqueleé o retrato fidedigno do mundo. Como romper com essa lógica? Questionar!Questionar! Questionar! Segundo o autor o que há de mais bonito em nossocérebro é o fato de ser delirante e, por isso, uma forma de viver maisplenamente e de alcançar o progresso, mesmo que o cérebro tenha suaslimitações, é estimulá-lo a novas visões de mundo. É exatamente nessa jornadade autoconhecimento que o autor nos leva.